OS GADGETS DE VESTIR: AS NOVIDADES ENTRE MODA E TECNOLOGIA E O QUE AS PESSOAS REALMENTE PRECISAM.

Mais recentemente, a empresa Sensoree especializada na criação e aplicação de tecnologia em artigos de vestuário, disponibilizou para pré-venda o GER: Mood Sweater, uma blusa de gola alta que muda de cor de acordo com os sentimentos de quem a veste. São sensores que captam os níveis emocionais e os traduzem em cores refletidas por luzes LED colocadas na gola.

No entanto, ainda hoje, muito se especula sobre o crescimento do setor de wearable computers (computadores vestíveis), mas, pouco é concretizado, principalmente por uma questão crucial: qual necessidade esses produtos vão atender? Enquanto experimentação, desenvolvimento científico e até entretenimento, são propostas fascinantes, mas, pensando em mercado, é necessário ainda encontrar o ponto exato em que as vontades do consumidor encontram a genialidade dos criadores.

O mais perto disso talvez seja o lançamento do Google Glass, os óculos desenvolvidos para realizar funções com as quais qualquer usuário de smartphones já está acostumado. Há quem ache um exagero usar no rosto algo que está sempre conectado e realizando inúmeras funções. Por outro lado, alega-se que isso já acontece com os smartphones, que se tornaram “extensões do braço humano”.  Os modelos, produzidos em parceria entre a estilista Diane Von Furstenberg  e a designer Isabelle Olsson, estão a venda na Net-a-Porter e no site oficial, por enquanto, apenas nos Estados Unidos.

Não é a toa que uma estilista foi chamada para assinar os modelos e um dos maiores varejos de moda na internet foi escolhido como o primeiro ponto de venda oficial. Além da tecnologia, existe a preocupação com o apelo estético e identificação como o estilo de vida do público.

Se tudo ainda parece muito novo e incerto, não é motivo para não acompanhar o que esse nicho lançará no futuro. A Amazon já inseriu wearable technology  entre as suas categorias, e é possível ter uma ideia do que as marcas estão explorando e o que está dando certo, ou desaparecendo com o tempo.

As verdadeiras oportunidades estão no encontro entre inovação tecnológica e estética com o cotidiano do consumidor, causando identificação entre o produto e o estilo de vida seguido. Caso contrário, toda a novidade acaba esquecida, ou nem sequer adotada.

Por Priscila Carvalho, professora de comportamento do consumidor do básico de Moda do núcleo de criação da Sigbol Fashion.