O paulistano Edinho Vasques tem uma relação forte com Santa Catarina. No Estado, já passou pela Colcci e Dudalina e acaba de assumir a direção de marketing da Malwee, de Jaraguá do Sul. Nascido no coração da capital e morador da badalada rua Oscar Freire, é um nome respeitado na moda brasileira. 

Aos 53 anos, traz no currículo especialização em marketing no Canadá – com passagem pela luxuosa loja Holt Renfrew – e números poderosos de crescimento nas empresas onde deu expediente. Na Colcci, contratouGisele Bündchen, enquanto na Dudalina fez parte da equipe que lançou a camisa feminina fazendo o grupo familiar atingir cifras estratosféricas. 

Quando não está dedicado quase que integralmente à sua função, Edinho devora livros e revistas de moda e decoração, divide as férias em duas quinzenas para aproveitar em viagens, além do chamego nos golden retrievers Leo e Bia. Ainda corre duas vezes por semana no Ibirapuera e procura não perder os jogos do Palmeiras, sempre acompanhado de uma cervejinha gelada. Para contar sobre o novo desafio profissional e o passado de sucesso, ele conversou por e-mail com a coluna: 

Você escolheu o marketing de moda ou ele te escolheu? 
Eu escolhi o marketing de moda. Durante toda minha adolescência sonhava em ser jogador de futebol profissional, quando percebi que eu não iria realizar esse sonho por mais que me esforçasse conheci um amigo que me convidou para ser visual merchandising (na época vitrinista) na Gledson, uma confecção paulistana por onde passou Nelson Alvarenga, fundador da Ellus. Me apaixonei tanto pelo universo da moda que resolvi fazer marketing e me dedicar exclusivamente ao seguimento. 

Que tipo de desafio interessa a um homem do marketing como você?
Trabalho para ajudar a ¿virar a chave¿ e levar as empresas e suas marcas a outro patamar de reconhecimento sempre focando na excelência e na entrega de valor para melhorar o resultado comercial. Eu sempre digo que enquanto eu estou ajudando meus patrões a ficarem cada vez mais ricos eu garanto meu emprego. Na verdade sou um carreirista nato que acredita muito em trabalho em equipe. Eu não conseguiria nada sozinho, apenas estou preparado para junto com um grupo de pessoas levar as empresas a atingirem seus objetivos. 

Sua passagem pela Colcci contabiliza a contratação midiática mais importante da marca: Gisele Bündchen. Como foi a escolha? É verdade que ela perguntava o quanto vendia a roupa que usou na campanha ou no desfile?
A escolha foi muito simples, existia o desejo do presidente aliado à disponibilidade financeira da empresa e o meu conhecimento. Liguei para a Monica Monteiro, na época assessora da Gisele. Por uma incrível coincidência a Gisele estava com ela nesse momento, falamos no viva voz para que as pessoas na sala ouvissem, ela mostrou interesse em fazer parte do nosso time. Um ano depois ela estreou na Colcci no desfile de inverno no Fashion Rio, em janeiro de 2004. É uma das pessoas mais profissionais que eu conheci sempre demonstrando interesse em saber qual foi o resultado comercial das peças que desfilou ou usou na campanha. Para ela o resultado era mais importante do que uma simples foto bonita. 

Engajamento, magia, encanto e experiência. Este é um quarteto com muito poder dentro de uma estratégia? 
Acredito que a estratégia deve ter um racional bem pragmático aliado ao poder da experiência, do compromisso e da subjetividade da magia, do encanto e do aspiracional. 

Particularmente, gosto muito da história da Dudalina e acompanhei a ¿virada¿ que a empresa deu após lançar a camisa feminina, mesmo muitos anos depois de sua fundação. Um tipo de gol que se comemora como? 
Foi um gol de placa! Um desses que merece ser eternizado pela história do time liderado pela nossa eterna presidente Sonia Hess de Souza por 15 anos. A comemoração desse belíssimo gol veio em forma de bônus e tudo de bom que se pode adquirir com ele, como viagens, experiências sensoriais e muito champanhe (risos). 

Você está abrindo um escritório de marketing focado no segmento de varejo? Tive que adiar meu desejo de uma carreira solo com o convite da Malwee. Agora meu foco está totalmente voltado em levar as dez marcas da empresa ao mais alto patamar de valor, fortalecendo ou redescobrindo seus posicionamentos e criando desejo no consumidor. 

Não há como não falar de crise econômica. Como está sua função dentro de uma potência como a Malwee neste momento? 
A minha função é estruturar o nosso departamento de marketing com pessoas-chave capazes de trazerem resultados positivos e entregando com excelência as suas tarefas e responsabilidades. Acredito que atitude positiva e respeito ao próximo aliados a competência e expertise sejam ingredientes de uma receita de sucesso. É assim que tento contagiar a todos e é o retorno que espero do nosso time.