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04/06/2015 | Categoria: Mercado
Idosos encontram dificuldades na compra de produtos no Alto Tietê
Principal reclamação é a falta de opções na hora de comprar roupas.Especialista em terceira idade diz que trata-se de uma questão econômica.
Uma pesquisa mostra que a terceira idade está consumindo mais, porém encontra dificuldade na hora de comprar alguns produtos. No Alto Tietê, já são cerca de 150 mil idosos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e até 2020 devem ser 202 mil, o que repesenta um crescimento de 34%. Para uma especialista, a falta de atenção com os idosos é histórica e a saída está na educação.
Passear em centros de compras oferece a chance de escolher roupas de vários modelos, calçados modernos, joias de diversos estilos e até produtos eletrônicos de alta tecnologia. A variedade oferecida pelo comércio em todos os segmentos é enorme, principalmente para os jovens. Porém, os idosos não têm a mesma facilidade. “Dão preferência para jovens, pessoas magrinhas”, afirma a aposentada Sônia Maria Lamas.
A também aposentada Maria Couto Paulo encontra muitas dificuldades na hora de encontrar roupas. A aposentada de 81 anos prefere sempre o conforto. 'Prefiro roupas um pouquinhos mais compridas, menos decotadas, um pouquinho mais largas, para me sentir bem confortável”, conta.
O consumo nesta etapa da vida já virou até tema de aula da coordenadora e diretora da Universidade da Terceira Idade (Unai), em Mogi das Cruzes. “O comércio de uma forma geral só vê o idoso para farmácia ou para empréstimos consignados. Se esquece que a terceira idade hoje está muito ativa, participando da sociedade de uma forma geral”, explica Juraci Fernandes de Almeida.
Segundo ela, a principal reclamação, principalmente das mulheres da terceira idade, são as roupas de festa. Em relação aos produtos eletrônicos, os idosos não conseguem encontrar aparelhos adaptados com teclas maiores e fáceis de usar. “Quando ele quer teclar a letra 'a' acaba teclando a letra 'b' e quando ele quer ligar quando vê já está desligando, então isso tem sido uma dificuldade muito grande”, continua Juraci.
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) nas 27 capitais do País, com 632 pessoas acima de 60 anos mostra que os idosos estão consumindo mais, porém com bastante dificuldade em encontrar o que gostam e com o perfil desejado.
Os dados apontam ainda que apenas 6% não contribuem para as despesas do domicílio e 54% afirmam ser os principais responsáveis financeiros da casa. 47% dos entrevistados têm dificuldade em encontrar produtos específicos para a terceira idade; 64% são os únicos que decidem sobre as compras; 52% estão dispostos a pagar mais caro por produtos de melhor qualidade; 33% investem mais em roupas para se sentirem mais bonitos do que antes; 25% dos entrevistados não se importam em pedir um empréstimo para comprar algo que antes não tinham acesso e 23% consideram o ato de comprar uma das atividades favoritas.
Anita Neri é professora e psicóloga, além de especialista na área de gerontologia, que é o campo de estudos que investiga as experiências de velhice e envelhecimento em diferentes aspectos. Recentemente esteve em Mogi das Cruzes para uma palestra sobre o assunto. Segundo ela a dificuldade mostrada na pesquisa vai além da falta de sensibilidade dos comerciantes e envolve falta de incentivos e relação demanda x mercado. “É uma questão econômica. É uma questão de tempo, de construir uma oferta e este mercado. Precisa também ensinar essas pessoas, a propaganda vai ensinar essas pessoas que isso é importante para que eles se sintam mais bonitos, mais aceitos, mais jovens e modernos”, comenta.
A especialista diz ainda que a falta de atenção da sociedade para os idosos é histórica e deve demorar muito para ser resolvida. “Tem que investir na educação e oferecer os recursos básicos necessários. Um serviço de boa qualidade público e privado”, continua.
A aposentada Madalena Vanini tem 73 anos. Mais conservadora, não liga para moda e gosta apenas de se sentir bem. No celular, nada de sofisticação. Ela prefere os mais antigos só para fazer ligações. No armário guarda uma boa quantidade de roupas, mas uma das maiores dificuldades para ela é encontrar vestimentas em Mogi das Cruzes. “Principalmente no shopping, se falar 'eu vou lá hoje e comprar um roupa', não tem”, reclama.
Por causa desse problema da falta de variedade, dona Madalena decidiu há dez anos mandar fazer as roupas que queria em uma costureira. Dessa forma pode ter as peças que queria com conforto.
Por tudo isso, a aposentada acredita que já passou da hora da sociedade ter uma preocupação maior com os idosos. “Eu acho que deveria ter mais coisas para a terceira idade”, conclui.
Fonte: G1
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