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25/07/2011 | Categoria: Algodão
Mercado do algodão
Apesar da quebra de produção antecipada nos EUA, o Departamento de Agricultura do país prevê que a produção combinada de algodão atinja um valor recorde este ano, o que deverá permitir aumentar pela primeira vez nos últimos quatro anos os stocks mundiais do “ouro branco”.
O Departamento de Agricultura dos EUA baixou as previsões de produção de algodão nos EUA em 1 milhão de fardos (cerca de 170 mil toneladas), mas indicou que a colheita mundial deste ano deverá estabelecer um recorde e irá levar a um aumento nos stocks mundiais pela primeira vez nos últimos quatro anos. A projecção espelha a informação dada pelo grupo intergovernamental Cotton Advisory Committee (ICAC) no início do mês. Condições de seca «excepcionais» no Texas, o principal estado americano na produção de algodão, são as responsáveis pela quebra na produção interna dos EUA em 2011.
Apesar de um estimado aumento de 25% na área plantada, a área colhida deverá descer 10%, segundo o Departamento de Agricultura, com cerca de 30% da cultura a dever ser abandonada. Isto significa que a produção americana na época 2011/2012 está agora nos 16 milhões de fardos – 2,1 milhões de fardos mais baixa do que no ano anterior. Já a procura do algodão americano está estipulada em 15,8 milhões de fardos. Globalmente, contudo, a produção de algodão em 2011 deverá atingir cerca de 123,2 milhões de fardos, 7,5% acima da estimativa de 2010.
Preços altos recorde, resultantes de stocks muito baixos no final de 2010/2011, e a antecipação de escassez levaram ao crescimento da área plantada na maior parte dos países produtores em 2011. Em conjunto, os cinco maiores produtores de algodão representam cerca de 80% da produção mundial. As quotas da China, Índia e Paquistão combinadas deverão subir para um valor de 57% em 2011, com a China – o maior produtor – a representar cerca de 27% da colheita mundial.
A China deverá produzir 33 milhões de fardos, um aumento de 8% em comparação com o ano passado, devido à expansão em área e à melhoria na colheita. O crescimento verifica-se também na Índia (mais 10%) e no Paquistão (mais 17%), com 27 milhões de fardos e 10,3 milhões de fardos, respectivamente, em 2011/2012. Um aumento de 7% para 4,5 milhões de fardos é esperado na Austrália, enquanto a produção de algodão no Brasil deverá permanecer intacta nos 9,3 milhões de fardos.
Mas a quota dos EUA na produção mundial deverá descer devido aos baixos stocks disponíveis para exportação.
Olhando para o futuro, o Departamento de Agricultura dos EUA acredita que o comércio de algodão em 2011/2012 deverá aumentar 8% em comparação com o ano anterior, para 38,3 milhões de fardos.
A China, o maior importador mundial, deverá importar 15,3 milhões de fardos, mais 27% em comparação com o ano passado e o segundo maior valor desde que há registo, devido a stocks iniciais reduzidos, ao aumento do consumo e ao programa governamental para apoiar os preços internos mantendo as reservas.
O uso mundial de fiações em 2011/2012 está previsto ficar nos 116,7 milhões de fardos, mas embora isto signifique um aumento de 1,6% em comparação com o ano anterior, é mais baixo do que as recentes previsões, já que o excesso de stocks de fio e uma mudança para o poliéster em produtos têxteis deverá reduzir a procura.
A China, a principal utilizadora de fiações, deverá consumir 46,5 milhões de fardos em 2011/2012, mais 1% em comparação com o ano anterior, e irá continuar a representar 40% da utilização de fiações.
Com tanto os países produtores como consumidores a aumentarem os stocks dos níveis muito baixos de 2009/2010 e 2010/2011, os stocks finais mundiais em 2011/2012 deverão aumentar 15%, para 51 milhões de fardos, acredita o Departamento de Agricultura. Mas embora a projecção de que o rácio de stocks para utilização (que deve ficar nos 44%) reflicta esta recuperação, é ainda o terceiro mais baixo nos últimos 15 anos.
Estados Unidos caminham para uma safra de algodão menos produtiva, confirmada pela redução inicial de 6%
NY: Algodão encerra em queda com maior oferta na Índia
O comissário da Indústria Têxtil da Índia, A.B. Joshi, informou nesta segunda-feira um nova ajuste para cima da estimativa para a produção de algodão do país na safra 2010/11. O aumento foi de 31,2 milhões para 32,5 milhões de toneladas.
O aumento do volume estimado pelo governo foi resultado da liberação dos estoques por parte dos produtores que, ao esperarem por por preços maiores para a pluma, retiveram seus estoques por um tempo.
Para o ano comercial 2010/11, a Índia já autorizou a exportação de 6,5 milhões de fardos em razão do aumento das estimativas para a colheita.
No ciclo 2009/10, a produção indiana foi de 29,5 milhões de fardos de 170 quilos.
Nesta segunda-feira, os contratos futuros do algodão encerraram o pregão diurno em queda na Bolsa de Nova York, pressionados, justamente, por essa previsão de aumento das ofertas na Índia.
Se o país liberar volumes adicionais para embarque, como resultado de uma produção maior e da fraca demanda, há possibilidade de novos recuos. Para o vencimento outubro, os lotes foram cotados a 95,21 cents por libra-peso, com baixa de 393 pontos.
Desestímulo ao cultivo de algodão na nova safra
Com os preços "derretendo" nos mercados internacional e doméstico, o algodão começa a sair da preferência do produtor rural. Primeiro levantamento feito pela Safras & Mercado sobre intenção de plantio da próxima safra, que será cultivada neste ano, aponta para uma redução de 9,3% na área brasileira na comparação com o ciclo atual, em fase de colheita.
Assim, o cultivo da pluma deve ser de 1,24 milhão de hectares no país, ante os 1,367 milhão de hectares da atual safra. Uma sondagem feita pela consultoria no primeiro trimestre deste ano, quando as cotações ainda estavam elevadas, apontava alta entre 10% e 15%.
Segundo Élcio Bento, da Safras, a tendência é que o produtor migre para soja, na safra principal, e para o milho, na safrinha. Ele acrescenta que outro fator que pode interferir nesse cenário é a redução da produtividade da safra 2010/11, devido a problemas climáticos. "Essa queda só não será mais forte porque muitos produtores já venderam antecipado para a próxima temporada".
O desestímulo ao plantio ocorre em todos os principais Estados produtores: Mato Grosso (-9,2%), Bahia (-8,6%) e em Goiás (9,5%). Após caírem mais de 50% desde o pico em março, as cotações do algodão em Nova York fecharam com alta de 1 ponto na sexta, a 98,64 centavos de dólar. O indicador Cepea/Esalq fechou em alta de 1,48% a R$
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