O estranho mundo novo dos têxteis high-tech

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03/06/2015 | Categoria: Mercado

O estranho mundo novo dos têxteis high-tech

Nelson Cardoso termina a sua conferência, responde a algumas perguntas da assistência e regressa ao seu lugar na plateia. Mal se senta, várias pessoas de diversas nacionalidades vão ter com ele, apresentam-se e trocam cartões-de-visita, expressando grande interesse pelos resultados que este jovem investigador português acabou de resumir na área do fabrico de fibras têxteis capazes de melhorar o nosso conforto térmico.

A cena passa-se durante um congresso organizado no âmbito da feira internacional TechTextil 2015, que de 4 a 7 de Maio apresentou, em Frankfurt (Alemanha), o que de mais alta tecnologia se faz na indústria têxtil mundial. Este ano, a feira acolheu 1389 empresas, 20 das quais portuguesas.

O que provocou o interesse dos participantes foi o facto de no CeNTI (Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes), em Vila Nova de Famalicão, a equipa de Nelson Cardoso estar a desenvolver uma nova geração de fibras de poliéster termorreguladoras, com aplicações que vão da roupa de todos os dias aos edredões, passando pelo vestuário protector dos adeptos de ambientes extremos.

O ingrediente especial destas fibras foi desenvolvido, em finais dos anos 1980, pela agência norte-americana NASA para os fatos dos seus astronautas. Conhecidos sob a sigla PCM (phase-change materials em inglês), são compostos que têm a capacidade de “mudar de fase” – neste caso, de sólido para líquido e vice-versa – em função da temperatura, armazenando grandes quantidades de calor acima da sua temperatura de fusão e libertando calor quando a temperatura desce abaixo desse limiar.

A particularidade dos PCM (que na indústria têxtil costumam ser parafinas) é que mantêm assim uma temperatura quase constante à sua volta. E como existem PCM cujas temperaturas de fusão são próximas da temperatura normal do corpo humano (37 graus Celsius), é fácil perceber a sua utilidade quando são integrados, por exemplo, numa T-shirt ou numa camisa de noite.

Atualmente, o líder mundial do fabrico de têxteis termorreguladores com PCM é a empresa multinacional Outlast. Com sede nos EUA, detém a patente comercial do fabrico de microscópicas cápsulas cheias de PCM para uso civil. Estas microcápsulas podem ser dispersadas dentro de fibras ou têxteis sintéticos para produzir todo o tipo de artigos onde o controlo de temperatura é importante: calçado desportivo, sacos-cama, protectores de colchão, roupa, coberturas de assentos de automóvel. As peças que integram estas microcápsulas vêm, em geral, identificadas por uma etiqueta “Outlast” a acompanhar a marca do fabricante do produto final.

“O modo de ação dos PCM é diferente do wicking”, explicara-nos no dia anterior Barbara Fendt, responsável da Outlast Europa, quando visitámos o stand da empresa na feira. O wicking, que é a tecnologia mais frequentemente utilizada para o controle da temperatura ao nível do vestuário, consiste em “drenar” a transpiração corporal para o exterior, afastando-a da pele – o que não deixa, segundo a nossa interlocutora, de criar desconforto e de provocar uma sensação de frio quando arrefecemos. “O PCM, em vez de evacuar a transpiração, funciona impedindo que transpiremos quando a temperatura do nosso corpo aumenta.” Por que é que este tipo de têxteis não é mais utilizado? “Porque são mais caros”, responde Barbara Fendt.

Quanto ao CeNTI, está a ir mais longe precisamente nesta área, desenvolvendo fibras de poliéster que, em vez de conterem microcápsulas com PCM, integram directamente o PCM líquido no centro da fibra. Como nos explicou à saída da conferência, Carla Silva, líder da equipa do CeNTI, o fato de misturar directamente o PCM com o polímero da fibra aumenta a eficiência termorreguladora ao aumentar substancialmente a quantidade de PCM presente na fibra.

O fabrico destas fibras é um processo complicado “e ainda temos alguns desafios pela frente”, acrescentou. Mas estes investigadores têm uma vantagem indiscutível: o CeNTI abriga uma das poucas máquinas no mundo que permitem fabricar este tipo de fibras têxteis em quantidades suficientes para atingir um nível de produção pré-industrial. “É uma extrusora que nos permite produzir oito quilos por hora destas fibras ‘bicomponentes’ [poliéster e PCM]”, diz Carla Silva.

A nova fibra com PCM do CeNTI possui ainda um outro ingrediente ativo, desta vez à sua superfície: um pigmento que reflecte os raios infravermelhos – aqueles que fazem com que os têxteis, e em especial os de cores escuras, aqueçam quando são expostos ao sol.

Fonte: Assintecal

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