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24/06/2015 | Categoria: Mercado
E-commerce: os 4 sonhos impossíveis de todo o empresário virtual
Quem não sonha em acordar de manhã e ver que o seu e-commerce faturou mais à noite do que todas suas lojas físicas no dia anterior? Pois é, esse é um dos sonhos comuns entre as pessoas que investem em lojas virtuais. A realidade, porém, costuma ser mais dolorosa.
Sonho #1: amanhecer rico
Quase todo o empresário que se preze já passou por isso. Sonhar que o seu e-commerce vai faturar milhões (ou mesmo bilhões!) do dia para a noite. Assim, num piscar de olhos.
É como se num passe de mágica todos os seus produtos tivessem o melhor preço do mercado, a posição número 1 em todas as buscas orgânicas e ainda muito tráfego viral. Uma beleza!
Tudo isso pode acontecer. Às vezes realmente isso acontece do dia para a noite, porém, raramente ocorre tudo junto sem muito esforço. E mesmo que isso aconteça é necessário que o e-commerce esteja preparada para capitalizar em cima do crescimento súbito, fidelizando clientes ou oferecendo boas oportunidades de recompra.
Sonho #2: abandonar o varejo tradicional
Ao invés de ter 10 lojas espalhadas pelo mundo, porque não ter apenas 1 online que vende mais com metade dos custos? Quem sonha seguir os passos da Netshoes e migrar do offline para o online precisa entender que vender online dá trabalho e não é automaticamente mais barato do que vender no shopping ou no centro da cidade.
Tá certo que se economiza um dinheirão em comissões, aluguéis, decoração e quebra de caixa. Em contrapartida é necessário investir montanhas de dinheiro em tecnologia, estrutura e muitos serviços que vão diminuir a margem de lucro da loja.
Por esse motivo essa transição precisa ser bem estudada e avaliada. Os clientes fiéis de uma loja física não vão migrar todos automaticamente para o online. Portanto é de se esperar uma redução grande no faturamento.
A não ser que a loja seja a Netshoes e tenha investidores de peso garantindo o fluxo de caixa.
Sonho #3: investir pouco, muito pouco e ter um bom retorno
Alguém muito infeliz disse e repetiu anos atrás que era fácil vender no e-commerce. Os custos são baixos e tudo o que se precisa é de um site free e um estagiário. Este segundo apenas quando estiver vendendo bem.
Espero que esta pessoa tenha uma morte lenta e dolorosa. Uma morte figurada estritamente no âmbito profissional, apenas.
Na realidade o investimento é no mínimo parecido com o de uma loja tradicional. Normalmente é muito maior, porém isso depende da estratégia de cada empresa.
Para completar o drama, a cada 2 dias aparece uma agência especializada em e-commerce oferecendo alguma panaceia que fará explodir as vendas. O que eles vendem? “Aquele” item essencial que o empreendedor deixou passar.
Não preciso dizer que na maioria dos casos a solução milagrosa não reverte em vendas automaticamente e o empresário vai ficando cada vez mais desiludido com o mercado.
Sonho #4: dobrar a taxa de conversão
Profissionalmente falando, acho bem divertido quando pessoas do ramo falam apenas de melhoria na taxa de conversão. Pois existe uma receita infalível para inflá-la. Basta bloquear as fontes de tráfego que não convertem bem.
Mobile, por exemplo, converte cerca de 50 a 70% menos do que os visitantes via desktop. Excluir esse tráfego imediatamente turbina a taxa de conversão de qualquer loja. Porém reduz as vendas totais e o crescimento do negócio.
A realidade é que a taxa de conversão é como a média de consumo de um carro. Um esportivo consome mais que um popular, porém nunca vi um Palio ganhando um Mundial de Fórmula 1. Já as Ferraris…
Voltando ao ponto, a taxa de conversão é uma métrica de vaidade. Pode ser usada para comparação entre iguais, como em testes A/B. Fora isso é como comparar laranjas com melancias.
Mesmo a comparação entre meses é errada, pois em alguns casos há acréscimo de mídia ou um evento que catapulta a conversão de todo o varejo, como o Natal.
Conclusão
Sonhar todo mundo sonha. Porém colocar em prática é mais complicado do que parecia. A verdade é que tem um monte de pessoas e empresas que vendem soluções fáceis, milagrosas, que não existem ou tem efeito limitado.
Assim como o varejo tradicional, o varejo online requer trabalho cuidado constante, investimento, pessoas certas e normalmente o resultado é proporcional à qualidade do trabalho. O break-even de um e-commerce, via de regra, segue a mesma lógica de qualquer outra empresa.
Fonte: e-commerce Brasil
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