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24/08/2011 | Categoria: Economia
Indústria desacelera e acumula estoques em julho, diz pesquisa da CNI
Aumento do estoque na indústria ficou acima do planejado no mês passado com 53,9 pontos
O estoque na indústria ficou muito acima do planejado em julho, com 53,9 pontos - a numeração utilizada varia de zero a cem, sendo que os valores acima de 50 indicam estoque acima do planejado ou utilização da capacidade instalada (UCI) acima do usual. O aumento nos estoques, registrado desde janeiro e que se intensificou em julho, com 53,4 pontos, tem provocado desaceleração no ritmo da produção industrial.
No mês passado, a atividade do setor ficou estável, com 50,4 pontos. As informações são da Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na terça-feira (23).
Segundo a pesquisa, a indústria operou em média com 75% de UCI, registrando 45,2 pontos no indicador. É o oitavo mês consecutivo de recuo no uso da capacidade instalada.
Queda de produção
De acordo com o economista da CNI Marcelo de Ávila, mesmo com a desaceleração na atividade industrial, registrada desde o início do ano, os estoques indesejados tiveram um crescimento elevado em julho. "Como esses estoques precisam ser desovados, a produção industrial não deve crescer", prevê. "Soma-se a isso o cenário desfavorável às vendas, pois tanto o mercado externo quanto o interno estão desaquecidos, os juros e a inflação estão em alta e há escassez de crédito", completa Ávila.
Dos 26 setores da indústria de transformação, 22 operam com atividade abaixo do usual. Em relação ao porte das empresas, as pequenas registram queda na produção, as médias mostram estabilidade e as grandes apresentam crescimento. Entretanto, mesmo com produção crescente, as grandes indústrias também estão com a UCI em julho abaixo do usual para o mês. A evolução do número de empregados na indústria também está estável, com 50,1 pontos.
Expectativas
Apesar da desaceleração da indústria, os empresários do setor continuam confiantes na demanda do mercado interno, no número de empregados e nas compras de matérias-primas para os próximos seis meses, embora esse otimismo esteja menor.
As expectativas sobre a demanda recuaram de 61,9 para 61,3 pontos de junho para julho. O indicador de compra de matérias-primas diminuiu de 58,2 para 57,6 pontos e o de evolução do número de empregados foi de
A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada de 1º a 16 de agosto com 1.892 empresas, das quais 988 são pequenas, 638 médias e 266 de grande porte.
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